O primeiro: de que falamos quando falamos de colágeno? É uma família de proteínas de origem animal, que se organizam formando fibras. O corpo gera de forma abundante e estão fazendo parte do tecido conjuntivo aos tecidos e órgãos, principalmente a pele e os ossos.
Quando ingerimos suplementos de colagénio, trata-se de colágeno hidrolisado: é dizer, para facilitar a sua absorção por parte do organismo, o colágeno vem praticamente decomposto em seus aminoácidos, que são incorporados ao organismo.
Entre os componentes do colágeno figuram três aminoácidos: glicina, prolina e lisina. O organismo assimila estes aminoácidos por separado, e os destina aos usos mais diversos do organismo, por isso a proteína original, o colágeno, deixa de existir e servir para o seu caso de uso, tal como explicam os especialistas. O nutricionista João Revenga há aqui uma analogia: fingir que esses aminoácidos destinados novamente para formar a proteína “é tão ridículo como jogar desde a lua as peças de um carro… e fingir que aterrisem montaditas na Terra”.
O que diz a ciência sobre os suplementos de colágeno hidrolisado
Vamos agora com as evidências científicas. Posto em bruto e de acordo com a máxima autoridade oficial na matéria, não está provado que os suplementos de colágeno hidrolisado sejam benéficos para a saúde. A Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) tem dois estudos realizados pelo seu painel de peritos em produtos dietéticos, nutrição e alergias.
O primeiro deles, de 30 de junho de 2011, intitulada “Hidrolisados de colágeno e manutenção das articulações”. Trata-Se de uma opinião científica sobre o assunto, com base em vários estudos sobre pessoas fisicamente ativas, um estudo sobre animais e dois in vitro. O painel determinou que não podia estabelecer-se uma relação de causa-efeito entre a ingestão de 10 gramas por dia deste suplemento (hidrolisado de colágeno, a partir de pele bovina e suína) e a manutenção das articulações em pessoas fisicamente ativas.